quarta-feira, dezembro 31, 2008

RELATOS DUM DIA 31

Não bastasse 2008 já ter sido suficientemente martirizante, assim que amanhecer o dia, parto daqui de casa até o litoral norte gaúcho de mountain bike. Cerca de 150km que me parecem uma extraordinária idéia para o último dia do mês. Vou solito, esperando que a estrada seja menos sinuosa que o ano que finda-se daqui a instantes.
Julgo simplesmente impossível não dispensar conotações sentimentais aos dias 31 de dezembro. Saúdo muito o término do calendário, não por lamentações sobre o ano extinguido, mais pela fé num posterior ano muitíssimo mais iluminado.
Que assim seja pra todos.
Feliz 2009 a vocês que passam por aqui. Voltamos em fevereiro.

quarta-feira, dezembro 24, 2008

A INTERNET A SERVIÇO DO BEM

O que o pessoal (ou o individuo, vá saber) do RADIOBUTT fez nesse post é o retrato-mor das benesses que a internet pode lhe providenciar. Muito além disso, é o retrato do dispêndio de tempo para com, ou melhor, em prol, de terceiros, pelo puro e simples prazer de satisfazer o próximo.
Vejo algo de muito, muito, muito elevado numa atitude dessas.

terça-feira, dezembro 23, 2008

ROTH

Embora na maioria dessas ocasiões eu e Bern terminássemos falando sobre livros e o trabalho do escritor, um quase nunca mencionava a obra do outro, observando uma regra jamais escrita que rege o comportamento dos romancistas, tal como o de jogadores de times rivais, que compreendem que é impossível ser totalmente sincero por maior que seja o respeito mútuo. Segundo Blake, “a oposição é a verdadeira amizade”, mas embora a frase pareça de um vigor admirável, em particular para aqueles que gostam de discutir, e embora no melhor dos mundos possíveis talvez ela fosse aplicável, em meio aos escritores deste nosso mundo, em que a mistura de suscetibilidade com orgulho pode se tornar muito explosiva, as pessoas se contentam com algo um pouco mais ameno do que a oposição desabrida, senão se torna impossível fazer amigos entre seus pares. Até mesmo os escritores que adoram oposição normalmente não agüentam mais do que a dose que recebem no seu trabalho cotidiano.

Genial trecho do novo livro de Philip Roth, o cidadão que escreveu a grande obra que li nesse 2008. O presente de natal que, tivesse sido uma persona melhor, tivesse tomado aquele chá de decência que me prometi lá pelo meio do ano, quem sabe, poderia vir a ganhar do velho Noel.

domingo, dezembro 21, 2008

OS SÁBADOS

Não movo um pé pra fora de casa desde às 22h30min, quando passei por um calvário sem tamanho para conseguir comprar depois do supermercadinho estar com as suas portas cerradas, uma vodka e os seus acompanhantes. Ainda assim, a noite está sendo tão agitada que eu nesse momento adoraria ter uma conta no twitter.

terça-feira, dezembro 16, 2008

ALGUÉM SEMPRE POSSUI UMA CYBERSHOT À MÃO

Uma pena a pessoa que gravou não ter dado alguns passos a frente, saído daquele murmúrio, mas pra registro tá valendo.

TRECHO

Na verdade, são esnobes e afoitos como os adolescentes, que primeiro se contentam com beijo na boca. Conforme crescem e começam a fazer a barba, nem a pior das libertinagens parece ser suficiente para saciar sua SANHA de prazer. E acabam esquecendo do valor que tem o beijo na boca e o passeio de mãos dadas.
Daqui.

domingo, dezembro 14, 2008

MINHA PALAVRA NÃO VALE NADA OU OS 50 PILA MAIS BEM INVESTIDOS DO ANO

Contrariando por inteiro o que havia dito num post de um mês atrás, acabei indo assistir ao John Digweed na última sexta.
Thank God.

Mestre.

Com o local colaborando muito, pessoas em número grande mas sem atrolho algum, espaço para chegar DE FRONTE ao cara e som bem, bem alto, seria praticamente impossível que a noite acabasse sendo ruim. Foi o oposto, claro. Cheguei ao ambiente quando já ultrapassava a marca das três da matina e saí de lá próximo das cinco e meia. Nesse tempo só ele tocou. Saí de lá com ele ainda botando o som, tava satisfeito o suficiente que me retirei dali dando muito obrigado a qualquer um do corpo de funcionários do local. E por mais hedonista que eu seja, ser submetido a um prazer tão intenso como esse, embalado por um set clamoroso durante mais de duas horas, acaba cansando qualquer corpo.
Pra renovar o drink eu por duas vezes saí momentaneamente do local onde me postei, cerca de a um metro dele e das caixas que mantinham-se nas minhas diagonais frontais. Era como se você tivesse configurado o layout e a disposição de tudo como bem lhe convinha.
A experiência foi tão bacana que não duvido que possa vir a falar desse show num post futuro, porquê o que ele fez não foi pouco. Suspeitamente falando (a vodka + sprite e depois guaraná estavam uma delicia, aí já viu), ouso afirmar que John Digweed esteve soberbo. Ouvi e vi o que seria a definição perfeita pro gênero progressive-house. Pro gênero que eu considero como o melhor da musica eletrônica, e Digweed, hoje, o cidadão que comanda a vala quando o assunto é esse. Tava realmente chocado com as passagens, com o peso que volta e meia era dispensado, com a condução harmoniosa, brilhante e dum enorme bom-gosto que se apresentava.

E as minhas queridas criadoras de gatos, que me hospedaram e mesmo num período de tempo breve, me proporcionaram uma enormidade de momentos/cenas que só posso enaltecer devidamente utilizando a expressão formidáveis, os meus agradecimentos.

quarta-feira, dezembro 10, 2008

DOS HÁBITOS QUE TAMBÉM REÚNO

Existe algo de muito reconfortante em acordar pela manhã e ver o jornal diante de sua porta. É um sentimento de civilidade antigo (eu sou um homem antigo, ou — se não tão antigo assim — ao menos de hábitos antigos), um sentimento tão fora de moda quanto o hábito de tomar café da manhã.
Daqui.

DOS POSTS QUE (QUASE) SE PERDERAM NO LIMBO

Nunca tinha pensado em que ao longo de mi vida, viria a pronunciar, e o que é o melhor, ter a oportunidade, de forma alta e tensa em dizer: pisa fundo pra rodoviária, assim que entrei num táxi.
O post, esse aqui, segue em homenagem ao taxista que sem muito esforço tava me deixando faltando uns dois minutos para o horário oficial da partida por metade do preço que marcava o digitos vermelhos do taxímetro do seu Uno e que sempre me lembra os dos bons rádios-relógios. Isso, após verificar que o caixa eletrônico que me serviria de refúgio para paga-lo, tinha simplesmente saído do térreo do prédio em que sempre esteve.
Não fosse a grana e todo o incomodo que me causaria ter de permanecer, além de não conseguir utilizar a passagem que já havia comprado, tudo por não ter chegado a tempo, eu estaria distante do vinho branco, do ar climatizado, da música que nesse instante me acompanha e do tennis na tv. As deliciosas sextas a noite no conforto do lar.

PS: texto que ficou salvo como "rascunho" na minha conta do blogger e que sabe se lá por que cargas d'água nunca foi postado. A situação foi tão extraordinariamente miraculosa que merece, mesmo que três meses depois, aparecer por aqui. Depois do ocorrido, ainda tentei realizar o pagamento do restante da quantia para o taxista. Havia pego o telefone dele e tratei de entrar em contato. Ele agradeceu por eu ter ligado, disse que não tinha como eu depositar dinheiro algum na conta dele porque ele não possuia conta e tão pouco gostava de banco. Achei genial. Agradeci uma vez mais e me despedi.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

CUENCA

Você não encontra literatura na maioria dos livros que estão numa livraria. Você encontra receitas para a felicidade, para cozinhar um bolo, para cuidar de um cão, para manter um relacionamento. E encontra algumas tentativas de ficção. Ruins, razoáveis, boas. A parte que realmente interessa ali, em minha opinião, é muito pequena. E, na internet, é a mesma coisa. Como é na humanidade em geral. A internet dá voz a uma multidão descontrolada de pessoas que produzem muito irregularmente o que pode ser ou não ser chamado de literatura. Mas acho isso fantástico. Essa necessidade de expressão é fantástica. A garota de 14 anos que escreve em miguxês, aquela linguagem horrorosa. É fantástico: ela está se expressando, usando palavras para se expressar. Outro vai ler e vai passar adiante. Eu não acho isso trágico. Tem gente que acha uma loucura, que a gente está vivendo uma era de caos e destruição, que a internet é o início do fim. Eu acho que não, muito pelo contrário.

João Paulo Cuenca, falando para o Rascunho. Tenho de tratar de ler esse cidadão.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

MAIS UMA DA SÉRIE: NÃO ACORDAREI BEM

23:10. Termino de digitar e trato de buscar uma Patricia de 1L na geladeira. Inicia o segundo tempo e estamos em 0 x 0. Countdown begins.

23:16, update: Dou play em Belle and Sebastian - The BBC Sessions pra tentar me acalmar. Muting pro Galvão.

23:27, update: Meu correspondente em La Plata, via msn, resolve dar o ar da graça:

Leandro says:
clima em La Plata?
todo mundo assistindo na tv?
[s]LUCHO ( 1)[/s] says:
acredito que variosssss assistindo simm
bem silenciosa a ciudaddd
e por aí??
o timinho ta meio frouxo heimmm??
Leandro says:
chorarão ao término. Prevejo depressão na manhã daí
viu o q joga o ARGENTINO
andres
meu deus. Cassio thomaz naum jogava tanto
[s]LUCHO ( 1)[/s] says:
ñ vi ñ, no primeiro tempo estive mais ouvidno que assistindo o jogo
agora prometo ver o tal do Andres
Leandro says:
aham. Acredito
[s]LUCHO ( 1)[/s] says:

humm
2 posição errada eimmm
mmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm
Leandro says:
assim será
[s]LUCHO ( 1)[/s] says:
mmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm
Leandro says:
melhor: Inclusive assim
[s]LUCHO ( 1)[/s] says:
mmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm
Leandro says:
in - clu - si - ve
[s]LUCHO ( 1)[/s] says:
mm-mm-mm-mm

Update, 00:03.
Prorrogação. Prevejo um gol colorado digno de moldura. Já tenho lugar para o quadro.

Update, 00:25.
Inicia o segundo tempo do overtime. Terror. Sem folêgo. Respiração boca-a-boca loira, please.

Update, 01:22.
Nilmaravilha.

Update, 01:27.
Conmebol, CBF e FIFA, outra competição, por favor. Já temos todas.

terça-feira, dezembro 02, 2008

O SHOW DO BONNIE

Não ouvi Agnes, Queen of Sorrow. Quando ele se despediu da platéia e eu já tomava o caminho da saída, sorri por dentro ao perceber que a despedida havia sido apenas um ato melindroso do bom barbudo, e ele sorrateiramente voltava para a sua cadeirinha no palco. Cantou mais três canções. Nenhuma delas era Agnes, e por esse motivo o título de grande canção da noite foi para Wolf Among Wolves, absolutamente soberba.
Grande parte das músicas me soaram desconhecidas. Seja pela versão que ele imprimia junto do seu parceiro de violão, um garoto que se empenhava horrores e se saía maravilhosamente bem, seja pela escolha de um repertório constituído por canções do seu próximo disco ou de albúns menos célebres. Nada que tornasse a chuvosa tarde de domingo menor.